Estou muito triste com a Gestão da Cultura em minha terra...
Participei de uma seleção municipal e fui injustiçada, preterida; senti-me usada pelas inúmeras vezes que empreendi e colaborei amável e gratuitamente com a cultura e a história de Pé de Serra; como se eu fosse um produto na estante, de utilidade específica e guardada apenas para quando oportuna; como aquela última opção, de pouquíssimo ou nenhum merecimento.
Fiquei decepcionada. E isso bloqueou em mim a crença e a alegria com as produções culturais de meu povo.
Insinuei um grito e até abri a boca, mas percebi a tempo e me contive; pois defendo que quem grita perde a razão. Mas reprimir, parece intensificar meu sentimento.
Resolvi então expressar, mesmo que para poucas pessoas ou quase ninguém, numa tentativa de abrandar e quem sabe me libertar dessa angústia que me machuca. Ou meramente explicar minha atitude ou a falta dela.
Percebo que cada vez mais as pessoas defendem seus interesses de forma inescrupulosa; formam-se grupos que se auto beneficiam algumas vezes “renegando” os que agem diferente. Devo me acostumar a isso? Admito dificuldade.
Nessa seleção, eu deveria ter sido até favorecida por questões de gênero. Mas penso que motivos preferenciais pesarem muito mais do que este fato; a conveniência foi conivente...
Em um tempo que “o ser Mulher” está em evidência, eu medito se uma esposa escolheria ajudar uma outra mulher ou a seu esposo, sendo que ajudando a ele escolheria sua família e assim a si mesma. E me questiono enquanto mulher, até que ponto vai a sororidade e o feminismo?
Vou continuar aberta e estudando o tema. Cultivo a ideia de uma evolução pessoal permanente enquanto eu tiver consciência de, e para tal.
Mas sim, de minha forma sonhadora, busco a promoção de ideias, evito os combates e mais ainda os embates das discordâncias. E dessa forma anotei aqui as reflexões que estão em mim ultimamente.
“O por-fazer é só com Deus.” Fernando Pessoa
Ou
“Não sei, só sei que foi assim...” Chicó, Ariano Suassuna
Em, 10 de maio de 2024
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