Ele se auto definia: “Não sou santo; mas também não sou o ‘cão’ que pintam...”
Causou impacto na vida de muita gente como também na minha; em alguns apenas negativamente, e a muitos outros também positivamente como foi comigo:
Era exigente, perfeccionista, organizado ao extremo, bom administrador, direto, mas também carinhoso com quem o permitia ser.
Durante um bom tempo de sua vida, eu o vi alegre cantando, bravo reclamando, e até triste e chorando sentido feito criança que tinha apanhado da mãe...
Cheguei a dizer-lhe que não era bravo como se mostrava, mas se mascarava assim para esconder a pessoa sensível que era;
Quantas vezes o vi esbravejar e logo depois ser quase ‘levado na conversa’ dos que sabiam esperar ‘seu ataque de bravura’ até que a máscara perdia o efeito para também ele ouvir e compreender o que seu interlocutor queria;
Com ele eu brincava, entendia suas limitações, ajudava-o sempre que podia de maneira prazerosa, e o respeitava com apenas um olhar que ele me lançasse;
Cantava lindamente e encantou muitos com quem cantava e quem o ouvia...
Por um equívoco, quis brigar publicamente com minha família, demos as costas e o silêncio público como resposta; depois ele exigiu satisfações nossas por escrito ao que prontamente obedecemos e obtivemos também o seu silêncio que só foi rompido por ele para a sua despedida sem jeito, mas cheia de emoção;
Fomos visitá-lo em uma de suas moradas depois daqui e ele nos acolheu feliz como quem recebia um troféu.
Depois de mais um tempo, pude vê-lo novamente no sofá de nossa casa feliz e descontraído...
Houve o perdão sem explicação nem pedido de desculpa como ouvi certa vez Padre Valnei, sdv definir: “Perdoar é continuar amando apesar da ofensa...”
Eu o amava em vida e sempre que oportuno lhe disse isso de muitas maneiras públicas e em particular; ele do seu jeito me fazia sentir a recíproca e sabia que era entendido; amarei agora em memória “sempre sempre” como o final da canção Oração por meus amigos do Padre Zezinho,scj que tanto cantamos juntos...
Sacerdote, Pai espiritual, Irmão (por adoção mútua dele e de minha família), Amigo...
Exerceu seu ministério entre 1993 a 1999 (aproximadamente) em Riachão do Jacuípe e Pé de Serra - BA.
Na última vez que o vi (08.12.2013), celebrou conosco uma Eucaristia e como não podia faltar cantou a Oração Eucarística V na melodia gravada pelo Padre Zezinho,scj e que ficará para sempre a ele associada uma vez que foi o primeiro sacerdote a cantar conosco algo que tanto sonhávamos e fomos surpreendidos e o surpreendemos quando entoamos juntos pela primeira vez.
Fiz um pequeno vídeo para guardar e recordar dele e como era avesso a Redes Sociais eu brinquei que publicaria o vídeo no Youtube e no Facebook; ele riu como quem me dizia: "você não é doida e só está brincando"... Sim; estava brincando e não tinha intenção alguma de publicar esse vídeo... Mas agora não hesito em dividir com quem desejar esse meu pequeno tesouro:
Padre José Silvino Santos,sdv, faleceu ontem, dia 25.06.2014 em Vitória da Conquista por uma parada respiratória enquanto se recuperava de mais uma cirurgia cardíaca...
Não viveu pouco! Viveu o tempo suficiente para ser inesquecível!
Isso não é uma homenagem, ele não verá; é um registro, uma lembrança de meu amigo Silvino, Zé...
Gabe,
Gaguejado e entalado como ele me chamava...
Me emocionei muito e recordei deste vídeo ontem. Estava esperando a postagem!
ResponderExcluirQuase levanto da cama para escrever, pois fiquei pensando até altas horas!
ResponderExcluirMas penso que hoje consegui lembrar de tudo...