Em 1993 a 1994 eu mal conseguia assistir a Furacão. Era
ciente do impacto e da qualidade, mas meu tamanho não me ajudava a
contemplá-la. Lembro que um ano eu cheguei a subir numa grade de proteção de
uma árvore para ver, sem sucesso, péssima visão.
Em 1995 me aproximei um pouco: Mãe fez umas botas para os
meninos, e eu já era colega de trabalho de Billa. Aí virei torcedora e vibrei
com o campeonato. Não me recordo ao certo, mas penso que consegui assistir de
perto a segunda apresentação daqui, em comemoração ao título.
Em 1996 Marta entrou! E eu me aproximei ainda mais: assisti
a alguns ensaios para conseguir fotografar passos, e viajei junto para Feira de
Santana como torcida no Concurso do SESI que a Furacão foi premiada como Quadrilha
Revelação. Da arquibancada vibrei e senti a empolgação da plateia na hora da
Dança Portuguesa!
Em 1997, quase numa briga com Trindade, consegui entrar para
a Equipe de Apoio da Furacão! Segurei cenário, cortei de faca afiada muita
roupa de índio (de sisal), ajudava as meninas a vestir o vestido,
supervisionava os meninos, soltei fogos no meio da apresentação daqui... Parece
tudo besteira, mas o prazer era imenso! E fui reconhecida advinha por quem?
Trindade! Senti-me VIP!
Em 1998, eu já era integrante da Furacão! (uhu!): Trindade queria
inovar, incluir uma banda e me pediu que eu cantasse, seria complicado, minhas “ites”
não me deixariam cantar em pleno inverno em meio a viagens. Ele mudou de ideia
e me colocou para marcar a quadrilha. Que responsa: não pelo texto enorme, mas
porque o grito dele ao animar a quadrilha era insubstituível! E eu com minha
voz suave, como animaria? Mas eu decorei bem meu texto: quase todo o livro do Genesis
(mentira, só a Criação do Mundo) e a Biografia de Luiz Gonzaga e tentei “animar”
a quadrilha. Nossa como foi bom!
Em 1999, eu tinha que representar um “Vaqueiro nordestino dançando
no novo milênio”! Só aqui consegui o que eu queria: uma roupa de couro! Encourei-me
e aboiei! Um pouco insatisfeita por falta de um microfone sem fio para passear
pelo meio da dança e do povo, mas como sempre, muito prazeroso como todas as
apresentações em especial as daqui.
Ano 2000! Com texto inspirado em Os Sertões e na música SAMPA,
eu me vesti de retirante nordestino... Fiquei tão feia! J Surpreendi-me quando
vi uma foto! Mas eu gostei de ser retirante... Fiz muita loucura, gritei, corri,
brinquei, tentando contar a saga do nordestino fugindo da Seca do Nordeste em
plenos 500 anos do Brasil...
E em 2001, aportamos na “Bahia! Terra de terra de magias e
encantos, terra de todos os santos e todos os orixás" e na apresentação daqui eu
me vesti de Baiana com tudo que tinha direito! Marta amou me maquiar e Izuze
disse que eu era Mãe Menininha! O texto e a apresentação teriam sido mais
fortes se eu pudesse ter andado no meio do povo. O microfone sem fio deu
defeito na hora! Muito bom falar de Caetano, Gil, Maria, Daniela, Jorge Amado e
Castro Alves que eu fazia até a posição que ele está na estátua da praça!
FURACÃO 2002, “Dez anos de Emoção”! Foi ano de olhar para
trás e relembrar o que passou e o que fizemos. Eu consegui fazer aletrnanças de
figurino que lembrasse cada tema, trouxe Bandeira Nacional, coberta de retalho,
trouxa, jaleco de couro, sanfona... E era para ser despedida, e teve clima
disso, inclusive lágrimas... E eu conclui a apresentação dizendo:
Furacão rimou com Paixão!
A paixão acabou, ficou
o amor.
O amor traz a saudade,
A saudade,
por ser eterna, a Furacão eternizou.
Não foi despedida, foi pausa; em 2005 voltamos para contar a
história de Lampião, entre Deus e o Diabo! E lá eu estava de cangaceira... (feinha que nem um cabra
da peste!) Mas foi maravilhoso voltar à quadra em São João! Aqui, paramos!
Este ano, Cris me pediu ajuda para fazer um Documentário da
Furacão como Trabalho Acadêmico e obvio que topei em ajudar: ela chegou aqui às
17... dizendo que voltaria às 19. Voltou e fizemos o que consta no vídeo!
E, como sempre: foi um Furacão de emoções!
QUADRILHA!: FU-RA-CÃO!
Bom demais relembrar a adrenalina das apresentações!! Rotina de ensaios, o sentimento de irmandade entre os dançarinos e óbvio a diversão durante os trabalhos que começava em fevereiro!
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